O uso de headset e a sua saúde: entenda a regra da jornada de 6 horas

Headset + computador = jornada de 6 horas. E não importa o setor.

Trabalhar o dia inteiro com headset e computador exige foco extremo, escuta ativa, resposta rápida e atenção constante à tela. Isso gera um nível elevado de desgaste físico e mental — e é justamente por isso que a jornada máxima legal para essas funções deve ser de 6 horas diárias, com 20 minutos de pausa obrigatória.

A base legal está na NR-17, norma de ergonomia do Ministério do Trabalho. Ela define que atividades que envolvem uso simultâneo e contínuo de microcomputador e fones de ouvido com microfone — ainda que fora de um call center — se enquadram como teleatendimento ou telemarketing.

Ou seja, não importa o nome do cargo nem o setor da empresa. O que vale é a forma como o trabalho é executado.

Além do atendimento tradicional, a regra também alcança profissionais que:
- Atuam em vendas internas, passando o dia em reuniões e prospecções com headset;
- Trabalham no setor financeiro, especialmente em home office, conectados a sistemas e interagindo com equipes de forma ininterrupta;
- Exercem funções como suporte técnico, monitoramento de alarmes, cobrança, agendamentos e centrais de operação.

Muitos desses profissionais permanecem de 5 a 10 minutos em cada chamada, lidando com mais de 100 atendimentos por dia. São horas seguidas de pressão, postura repetitiva, digitação constante e esforço mental intenso. A jornada reduzida não é um privilégio: é uma exigência legal para proteção da saúde do trabalhador.

A regra vale independentemente do setor, da empresa ou do nome da função. Se o trabalho exige headset + computador com interação contínua, a jornada é de 6 horas, o que ultrapassar essas horas deve ser remunerada como horas extras com acréscimo mínimo de 50%.

Se essa é a sua rotina ou da sua equipe, vale avaliar o enquadramento legal.

Rodrigo Figueira
Advogado Empresarial e Trabalhista
Sócio do Santos e Andrade Advogados